quinta-feira, 14 de maio de 2009

Marketing para os jovens on-line

Impedir que os anunciantes tentem vender produtos e idéias para seus filhos nunca foi um problema para Susan McLaughlin. Essa mãe de 46 anos, de San Jose, Califórnia, jamais instalou TV a cabo em sua residência. Porém, quando ela e sua filha de cinco anos visitaram o website oficial do brinquedo favorito da filha, McLaughlin percebeu que os anunciantes usam um meio muito mais eficaz de atingir os jovens: a Internet.

"Há jogos e downloads de atividades, mas me parece bastante óbvio, observando os sites, que a finalidalde é vender", diz McLaughlin. "Além disso, ela clica em imagens que a levam a mais brinquedos, alguns muito avançados para ela ou que são destinados a adolescentes ou pré-adolescentes".

Um estudo recente da Kaiser Family Foundation descobriu que os websites, de fato, fazem o seu marketing altamente direcionado para as crianças e adolescentes on-line. Afinal, a Internet é um sonho para os comerciantes, pois os jovens são induzidos a interagir com jogos, personagens de desenhos animados e comunidades on-line. E não são apenas os fabricantes de brinquedos que usam esse recurso. Os videogames on-line gratuitos, por exemplo, buscam inspiração em personagens populares de programas de TV ou incluem merchandising de produtos. Outras vezes os sites para jovens são projetados para dar a sensação de um site de edição independente, mas a intenção real é promover produtos específicos.

O problema é que os jovens talvez não percebam que estão sendo vítimas de marketing, e os pais talvez não percebam que seus filhos estão divulgando dados privados sobre eles mesmos durante o processo. Os especialistas dizem que em vez de desligar o computador, você pode seguir estas etapas a fim de proteger os jovens contra as táticas de marketing digital:

1. Ensine seus filhos sobre marketing on-line
Muitos jovens não sabem que os websites mais divertidos que eles acessam têm segundas intenções. "Os pais deveriam ensinar aos seus filhos que esses sites são comerciais e sua intenção é criar fidelidade com a marca", diz Warren Nightingale, especialista em educação em mídia da Media Awareness Network (media-awareness.ca).

Quando descobriu que as visitas de sua filha àquele website de brinquedos popular levou-a a desejar um brinquedo novo a cada semana, McLaughlin usou a situação como uma oportunidade para ensinar. "Eu não digo 'eles estão tentando tirar vantagem de você'", diz McLaughlin. "Eu digo 'é bom guardar o seu dinheiro e decidir qual brinquedo você mais quer'".

2. Proteja as informações pessoais de seus filhos
A motivação principal de sites comerciais é tentar atrair os jovens a fim de aumentar suas vendas. Uma forma que eles encontram de atingir esse objetivo é coletar informações sobre as preferências dos jovens e como eles reagem aos brinquedos. Por lei, os sites também podem coletar endereços de e-mail de crianças a partir de 13 anos e assim manter contato com esse jovens mesmo após a interação inicial.

"Eles possuem algum conteúdo gratuito, mas para ter acesso ao conteúdo mais interessante, como um ambiente onde os jovens possam participar de jogos ou pesquisas, é necessário fazer o registro", diz Nightingale. "Para registrar-se, é preciso fornecer informações pessoais como nome, endereço e e-mail". Se você não quiser que seu filho forneça um endereço de e-mail, deixe isso claro para ele. Ou, sugere Nightingale, configure uma conta de e-mail fictícia criada para mensagens que você jamais pretende abrir.

Além disso, os especialistas recomendam que os pais leiam as políticas de privacidade dos sites. Os sites deveriam sempre esclarecer que tipo de informações eles coletam dos jovens e como elas são usadas. Se esse não for o caso, instrua seus filhos a não divulgarem informações. Observe também a presença de selos, como o da Better Business Bureau (bbb.org) ou o da TRUSTe (truste.org), indicadores de que o site adota práticas comerciais éticas, protegendo inclusive a privacidade de seus filhos.

3. Envolva-se
Nightingale aconselha aos pais manterem os computadores que têm conexão com a Internet fora do quarto dos jovens e que os coloquem em um local onde possam ser supervisionados. "Quando se trata de tecnologia digital, os jovens estão totalmente imersos”, ele diz. "Eles passam tanto tempo envolvidos com ela, que tornam-se os especialistas da família. Dito isso, eles não possuem necessariamente a capacidade de reconhecer os perigos potenciais e, portanto, os pais precisam se envolver e orientá-los".

Se você perceber que um anunciante on-line está explorando o seu filho, registre uma queixa na U.S. Federal Trade Commission (ftc.gov) ou na Advertising Standards Canada (adstandards.com). Nightingale também sugere que os pais compartilhem suas preocupações com outros pais em fóruns, como o Campaign for a Commercial-Free Childhood (commercialexploitation.org).

Ou siga o exemplo de McLaughlin e conscientize o seu filho sempre que surgir uma oportunidade. "[Anunciantes] estão sempre adicionando links e brinquedos e isso é difícil de controlar", ela diz. "Colocamos nosso computador na sala de estar, que fica próxima à cozinha, para que eu possa ver o que ela está fazendo. Eu digo 'não clique em coisa alguma sem me avisar antes'".

Autor: Tara Swords

Fonte: http://www.yoursecurityresource.com/brasoftware/pt/articles/kids_marketing/index.html

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